Riscos e diagnóstico da gravidez ectópica
A gravidez ectópica ou gravidez extrauterina representa um grande risco para a futura mãe, pois se desenvolve fora do seu lugar, que é dentro do útero. Na maioria dos casos, a gravidez ectópica acontece quando o óvulo fecundado no lugar de dirigir-se ao útero, se instala em uma das Trompas de Falópio e começa ali seu desenvolvimento.
Na medida em que o óvulo fecundado continua seu desenvolvimento, pode ocorrer o rompimento da Trompa de Falópio, e como consequência, é provocada uma hemorragia interna que pode afetar gravemente a mãe e levar ao aborto.
Apesar de na maioria das vezes a gravidez ectópica acontecer nas Trompas de Falópio, existem outros tipos de gravidez extrauterina que podem afetar as seguintes áreas:
- Trompas de Falópio
- Ovário
- Colo do útero
- Cavidade abdominal
- Parede muscular do útero
Como identificar a gravidez ectópica
Quando se dá o caso de gravidez ectópica, entre a segunda e oitava semana de gestação podem surgir alguns sintomas, que são:
- Sangramento anormal e abundante, com origem no útero
- Dores na parte baixa do ventre
- Tontura e enjoos
- Dores repentinas no abdômen com sangramento
Alguns dos sintomas citados podem acontecer em uma gravidez normal, por isso não despertam preocupação, como é o caso dos enjoos. No entanto, os sintomas mais perigosos como as dores e sangramentos são sinais que devem ser informados ao ginecologista o mais rápido possível. Os exames para confirmar a gravidez ectópica são:
- No consultório durante a revisão ginecológica através de exame de toque da paciente, o que pode causar muita dor.
- Através de uma ultrassonografia, que permite avaliar se a mulher está grávida e a localização do embrião. No entanto é possível que até a quinta semana de gestação não seja possível identificar a gravidez ectópica com esse exame, pois a ultrassonografia pode não oferecer riqueza de detalhe no começo da gravidez.
- Realizando uma laparoscopia que consiste em realizar o diagnóstico com uma câmera introduzida através de um pequeno corte.
Qual é o risco de ter uma gravidez ectópica?
A gravidez ectópica pode representar um risco de vida. Por isso é muito importante estar atenta aos sintomas para informar o médico com urgência.
Fumantes têm uma maior predisposição para sofrer uma gravidez ectópica, assim como também é mais elevado o risco entre mulheres com idade avançada e que usaram métodos anticonceptivos como o DIU e a pílula anticoncepcional. Outros antecedentes médicos que aumentam o risco da gravidez ectópica são:
- Ter passado anteriormente por uma gravidez ectópica
- Infecção vaginal
- Ser portadora de doenças sexualmente transmissíveis
- Cirurgias previas realizadas no útero, Trompas de Falópio ou Cavidade abdominal
- Abortos espontâneos anteriores
Posso ter uma gravidez normal após uma gravidez ectópica?
Passar por uma gravidez ectópica aumenta as chances para que este problema ocorra novamente. Por isso é preciso fazer um acompanhamento rigoroso que detecte o que pode ter provocado a gravidez extrauterina. Casos extremos podem levar a que engravidar novamente não seja possível, porém também existem casos de conseguir engravidar normalmente após ter uma gravidez ectópica anterior.
Tratamento
Quando detectada de forma precoce, o ginecologista irá realizar um tratamento para interromper o desenvolvimento do embrião. Além disso, fará um acompanhamento do hormônio hCG até obter o resultado negativo que confirme o fim da gravidez sem que a paciente sofra mais problemas que afete sua vida e a possibilidade de engravidar novamente.
No entanto, quando a gravidez ectópica não é detectada de forma precoce, o risco de hemorragia interna é alto. Diante desta situação é preciso uma cirurgia laparoscópica para remover os restos fetais, que não se desenvolveriam fora do útero e salvar a vida da mulher.
Larissa Antunes, Assessora Científica Igenomix.