Síndrome de DiGeorge – 22q11.2
A deleção 22q11.2 é uma alteração cromossômica relativamente frequente. Conhecida também como Síndrome de DiGeorge ou Síndrome Velocardiofacial, esta patologia afeta 1 em cada 4.000 recém-nascidos sendo uma das causas mais comuns de atraso mental que também provoca um impacto no sistema imunológico. Junto com a síndrome de Down, a Síndrome de DiGeorge é a principal causa de doenças cardíacas congênitas.
Causas da deleção 22q11.2
A síndrome de DiGeorge ocorre devido à perda de um fragmento do cromossomo 22. Na maioria dos casos se trata de uma pequena supressão da posição 22q11.2 do cromossomo.
A região afetada pela síndrome concentra 50 genes que controlam o desenvolvimento do embrião e estão relacionados com a formação das seguintes estruturas:
- O timo, cuja missão é programar a população de glóbulos brancos da medula óssea para detectar proteínas como próprias ou estranhas e dessa forma dar uma resposta imunitária eficaz para combater as infecções
- Glândula paratireoide, que regula os níveis sanguíneos do cálcio
- Coração
- Aorta
- Paladar
- Distintas regiões do cérebro
Estima-se que ao redor de 90% dos casos de síndrome de DiGeorge são provocados por alterações que ocorrem de forma espontânea, enquanto cerca de 7% são de origens hereditárias. Devido a uma grande variabilidade de manifestações entre pessoas que perderam a mesma quantidade de material genético, é possível que sua presença na população seja muito maior do que se estima e que esteja relacionada com fatores genéticos ainda desconhecidos.
Sinais e características da Síndrome
O quadro clínico da síndrome de DiGeorge varia e às vezes os sintomas não são perceptíveis. As características mais comuns são as seguintes:
- Anomalias cardíacas
- Fissura palatina
- Hipocalcemia e problemas de regulação do cálcio
- Predisposição a sofrer infecções devido alterações no timo
- Anomalias de configuração facial: microcefalia, alteração ocular, posição baixa das orelhas e malformações na boca
A síndrome de DiGeorge está associada a dificuldades para comer e deglutir alimentos, além disso, é relativamente comum entre os afetados apresentar um atraso psicomotor e problemas de aprendizagem. Também são frequentes os transtornos de comportamento especialmente durante a infância (déficit de atenção, ansiedade, transtorno de oposição desafiante e transtorno obsessivo-compulsivo). Durante a idade adulta as pessoas com síndrome de DiGeorge tem uma predisposição 20% maior de desenvolver esquizofrenia.
Tratamento da síndrome DiGeorge
Apesar de que a síndrome de DiGeorge não tem cura, é preciso realizar um acompanhamento médico e educacional dirigido para ajudar a prevenir, melhorar e corrigir algumas consequências da doença. Devido ao fato da doença poder afetar vários órgãos e sistemas do organismo, o tratamento costuma ser realizado por uma equipe multidisciplinar.
É importante considerar que a saúde geral dos portadores da Síndrome de DiGeorge pode variar, sendo os problemas cardíacos um dos fatores determinantes.
Detecção da síndrome DiGeorge
Algumas características físicas servem como indício para diagnosticar a síndrome de DiGeorge, no entanto o diagnóstico e tratamento pode ser realizado antes do nascimento do bebê a partir da décima semana de gestação através do teste pré-natal não invasivo (NACE).