Trombofilias e Gravidez: Quais são os riscos?
A preocupação em relação a trombofilias e gravidez é bastante comum, principalmente quando a mulher possui um histórico de aborto de repetição associado a esta causa ou sofreu eventos trombóticos anteriores.
Estima-se que 10% das mulheres gestantes têm alguma complicação tromboembólica durante a gravidez ou puerpério.
Nesse post, preparamos informações gerais sobre como esse risco é detectado e o tratamento realizado durante a gravidez para garantir a segurança da futura mãe e do bebê. Em caso de dúvidas ou diagnóstico, conte sempre com a orientação individualizada do seu médico especialista!
O que é um evento trombótico?
A formação de trombos (coágulos) no sistema sanguíneo é um evento trombótico. Esses trombos podem obstruir a circulação, o que é perigoso, já que o sucesso da gravidez depende em grande medida da circulação sanguínea da mãe.
Desde o momento de nidação, quando o embrião realiza sua implantação no útero, o sistema circulatório materno ajuda o embrião a criar a conexão que permitirá seu desenvolvimento. Depois, ao longo de toda gestação o bebê dependerá de uma boa irrigação para crescer saudável. Por isso, antes da gravidez e durante o pré-natal o médico obstetra sempre irá acompanhar o eventual risco de eventos trombóticos, que podem provocar um aborto.
Quais são os fatores de risco para a trombofilia?
A trombofilia possui uma relação com os ciclos hormonais e pode ter uma origem genética. Em relação a genética, existem 3 genes envolvidos, que quando combinados, estão ligados a um aumento do risco trombótico.
- Mutação da enzima metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR)
- Fator V de Leiden
- Fator II (Mutação do gene da protrombina)
É importante reforçar que além da presença de alterações nos 3 genes citados anteriormente, a avaliação de risco genético de trombofilias deve incluir o estudo da dosagem de homocisteína.
Outros fatores que podem estar ligados à trombofilia são:
- Obesidade
- Diabetes
- Idade superior aos 35 anos
O que acontece se for identificada uma alteração em apenas um dos genes ligados ao risco trombótico?
Ao detectar qualquer propensão genética é importante contar com um geneticista para uma investigação mais detalhada e de um hematologista para a conclusão do diagnóstico, pois em ocasiões esta alteração não representará um risco.
Qual é o tratamento para prevenir eventos trombóticos durante a gravidez?
Quando o risco de trombofilias está constatado, o médico irá prescrever o uso de heparina de baixo peso molecular desde o momento em que ainda se está tentando engravidar e durante a gravidez.
Esta medicação, quando prescrita pelo médico é segura e permitirá que se mantenha livre do risco de trombofilias. Vale ressaltar que, qualquer tratamento sem prescrição médica é extremamente perigoso, especialmente durante a gestação.
Também é importante frisar que certos exames realizados no pré-natal precisam ser adaptados em seu protocolo de realização para obter resultados confiáveis quando a paciente faz uso de heparina de baixo peso molecular, como o NACE/NIPT (Teste Pré-natal Não Invasivo).
O NACE é uma triagem para síndromes genéticas durante o pré-natal que analisa o DNA fetal presente no sangue materno a partir da décima semana de gestação. Como o uso de heparina pode inibir a proporção de DNA fetal na amostra, é sugerido que gestantes que fazem uso de heparina precisem realizar a coleta de sangue com ao menos 24 horas de haver utilizado a medicação. Esse pequeno ajuste, que em geral supõe um atraso de 1 hora, não gera prejuízos.
Para orientações sobre a realização do teste NACE e aconselhamento genético, conte com os especialistas da Igenomix.
Susana Joya, Assessora Científica Igenomix.
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