Será que tenho diabetes gestacional?
A diabetes gestacional ocorre quando há uma alta presença de glicemia diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez. Existe maior risco de serem afetadas as mulheres com mais de 25 anos e antecedentes na família com esta patologia, com hipertensão ou com excesso de peso.
De acordo com o Instituto de Saúde dos Estados Unidos, apesar da diabetes gestacional poder ocorrer sem causar sintomas, também é possível ter sintomas tais como visão embaçada, cansaço e infecções frequentes, entre elas, na bexiga, vagina e pele; além do aumento da sede, da vontade de urinar, náuseas e vômitos.
Grande parte dos casos de diabetes gestacional surgem a partir da metade da gestação. Por isso, existe o teste oral de tolerância à glicose para gestantes entre as semanas 24 e 28 de gravidez. No entanto, para mulheres com maior risco, aconselha-se fazer o teste antes de atingir este período.
Por que ocorre a diabetes gestacional?
Quando o corpo não pode produzir nem utilizar toda a insulina que necessita durante a gravidez, ocorre a diabetes gestacional. Sem a quantidade suficiente de insulina a glicose não pode ser transportada ao interior da célula, converter-se em energia e dilui-se no sangue. Em consequência disso, o nível de glicose não sobe porque se acumula no sangue, o que é chamado hiperglicemia.
A diabetes gestacional atinge cerca de 9,2% das gestantes segundo indicações do Centro de Controle e Prevenção da Enfermidades de Atlanta e suas razões ainda são desconhecidas.
Riscos da diabetes gestacional
Quando mal controlada, a diabetes pode provocar o excesso de peso do bebê ao nascer (4 quilos ou mais ao nascer), bem como a hiperglicemia no descendente. Apesar de que o pâncreas trabalha muito para produzir insulina, quando existe esta doença, ele não consegue diminuir os níveis de glicose no sangue do bebê porque, ao contrário da glicose e outros nutrientes, a insulina não passa pela placenta. Desta forma a hiperglicemia na gestante provoca hiperglicemia no bebê.
O pâncreas do feto produz mais insulina para compensar o excesso de glicose. Como resultado, o bebê recebe mais energia do que precisa, o que se acumula em forma de gordura e contribui para aumentar seu crescimento além dos níveis normais.
As principais possíveis consequências da doença são:
– Lesões no momento do parto devido ao tamanho do bebê
– Bebê com risco de desenvolver diabetes e diabetes tipo II no futuro
– Aumento de risco de obesidade do bebê
– Aumento de risco de hipocalcemia, ou seja, baixo nível de cálcio no sangue
– Risco de Icterícia neonatal, que é o nascimento com um tom de pele mais amarelado pelo excesso de bilirrubina no sangue, pigmento que cria o organismo durante a reciclagem dos glóbulos vermelhos.
Cuidados para a diabetes não afetar o bebê
Tanto quando a gestante é diabética, quanto quando desenvolve diabetes gestacional, é preciso fazer um controle rigoroso da enfermidade durante a gravidez. Os esforços serão controlar a glicose do sangue. Veja como conseguir:
- Adotar uma dieta moderada em gordura e proteínas, além de controlar os níveis de hidrato de carbono através do consumo de frutas, verduras e carboidratos complexos (pão, cerais, arroz, massas).
- Reduzir o consumo de refrigerantes, sucos adocicados e doces, pela alta dose de açúcar que aportam.
- Estar atenta à quantidade das porções de cada refeição. Não é preciso comer por dois, principalmente os alimentos que sejam ricos em gordura, proteína e carboidratos. Tenha em mente que uma gestante precisa aproximadamente apenas 300 calorias extras ao dia, comparado com as necessidades de quando não estava grávida.
- Praticar atividades físicas diariamente, de preferência as recomendadas para gestantes e considerando o estágio da gravidez, é uma das atitudes que mais ajuda a controlar a diabetes.
É possível que mesmo com os cuidados anteriores seja necessário tomar medicação, neste caso, o médico indicará o tipo e dose adequada.
Larissa Antunes, Assessora Científica Igenomix.