Álcool na gravidez: por que gestantes devem evitar bebida alcoólica

A recomendação para que gestantes se abstenham de bebidas alcoólicas já faz parte da cultura brasileira. O próprio Ministério da Saúde indica isso e, agora, um estudo coloca fim a questão: o consumo de álcool na gravidez deve ser completamente evitado.

Segundo a Academia Americana de Pediatria, em pesquisa publicada na revista científica Pediatrics de novembro, não há quantidade de álcool segura a ser consumida durante a gravidez.

Por que o consumo álcool deve ser evitado

De acordo com o estudo, o álcool ingerido pela gestante ultrapassa a barreira da placenta e se acumula no líquido amniótico. Este contato com a substância pode acarretar em problemas na formação e funcionamento do cérebro, coração, rins, ossos e causar diversas alterações de personalidade.

Além disso, as bebidas alcoólicas também atingem o feto pelo sangue do cordão umbilical, prejudicando a transferência de oxigênio e vários nutrientes essenciais para o desenvolvimento do bebê.

A pesquisa ainda mostra que o risco da criança em formação apresentar transtornos (como hiperatividade, déficit de atenção e dificuldades de aprendizagem) é 65 vezes maior em mulheres que consomem álcool, principalmente durante o primeiro trimestre de gravidez.

O que é Síndrome Alcoólica Fetal?

Mesmo antes desta pesquisa, a ingestão de álcool na gravidez já era associada ao desenvolvimento de problemas neurocognitivos e comportamentais, assim como deformidades faciais na criança.

Esse conjunto de sintomas é conhecido como Síndrome Alcoólica Fetal, o transtorno mais grave dentro das desordens fetais alcoólicas (FASD, na sigla em inglês).

Os problemas acontecem porque a bebida alcoólica é capaz de interferir na formação cerebral do feto, impedindo que neurônios se desenvolvam completamente. Isso causa alterações congênitas, anomalias no sistema nervoso central e retardo no crescimento da criança.

Como a gestante pode substituir o álcool na gravidez?

É importante que gestantes ingiram muito líquido durante o desenvolvimento do bebê. Porém, além de evitar o álcool, é interessante optar por uma alimentação saudável e consumir água ou sucos naturais e sem açúcar – já que refrigerantes e bebidas industrializadas apresentam alto teor de glicose, sódio e conservantes prejudiciais à saúde.

Qualquer histórico de alcoolismo ou necessidade de consumir bebidas alcoólicas pode e deve ser conversada com o ginecologista e obstetra que acompanha a gravidez. Esse cuidado especial garantirá sua saúde durante a gestação e evitará que o bebê nasça prematuramente ou abaixo do peso.