Soluções para uma gravidez tardia saudável
Dia 22 de setembro, o Conselho Federal de Medicina suspendeu a medida de 2013, que impedia mulheres com mais de 50 anos a passarem por procedimentos de reprodução assistida, como a Fertilização in vitro, por ser uma gravidez tardia.
A decisão atendeu aos especialistas defensores do limite de idade ser uma recomendação e não uma regra. Por isso, 50 anos ainda são apontados como “idade máxima para as candidatas”, mas não impede o procedimento, que será recomendado pelo médico responsável pela paciente.
Quais são os riscos da gravidez tardia?
Chamamos de gravidez tardia aquela em que a mulher tem mais de 40 anos, quando sua fertilidade diminui e é comum os profissionais indicarem a reprodução assistida e a fertilização in vitro. Além disso, os riscos dessa futura mãe ter um filho com uma alteração cromossômica aumentam muito.
Assim, aos 49 anos, uma a cada 11 mulheres terão um filho com Síndrome de Down, por exemplo. Para se ter uma ideia, aos 30 anos esse risco é muito menor,1 gravidez a cada 895, segundo pesquisa “Idade materna e risco específico para Trissomia 21”, da Ultrasound Obstet Gynecol, de 1999.
Outros problemas que a futura mãe pode apresentar após os 50 anos são:
– Hipertensão arterial e diabetes gestacional;
– Alterações cardiovasculares;
– Alto risco de aborto espontâneo.
Soluções para Fertilização in vitro de mulheres maduras
A partir dos avanços da medicina reprodutiva, é possível realizar a Fertilização in vitro em mulheres com mais de 50 anos, aumentando a chance de sucesso na implantação e evitando problemas genéticos ou cromossômicos no bebê:
– PGS 24 Cromossomos
Esse teste faz a triagem cromossômica dos embriões durante o ciclo de reprodução assistida, selecionando embriões cromossomicamente normais para fazer a implantação na mulher.
Além de evitar uma gravidez com Síndrome de Down ou outras doenças cromossômicas, o exame também aumenta a taxa de implantação – já que com um embrião saudável são reduzidas as taxas de aborto.
– ERA
É um exame muito importante para quem vai fazer a fertilização, já que ele identifica a “janela de implantação” específica da paciente – ou seja, o período em que o endométrio está pronto para receber o embrião e a gravidez se desenvolver com sucesso.
Muitas mulheres nessa faixa etária costumam ter problemas com falhas de implantação, fazem diversos ciclos de reprodução assistida e não engravidam. Por isso, é fundamental realizar o ERA para identificar o seu período fértil ideal, e além disso, reduzir o risco de aborto espontâneo.
Cada vez mais, as mulheres estão adiando a chegada dos filhos, já que é comum esperar pela estabilidade financeira, profissional e amorosa antes de aumentar a família. As soluções em medicina reprodutiva e genética buscam atender a essa nova realidade e possibilitar que uma gravidez tardia resulte em um bebê saudável e uma família feliz.
Engravidei naturalmente com mais de 40, e agora?
Apesar de que aos 40 anos, as chances de gravidez são inferiores à 5% e após os 43 anos é raro que a gravidez ocorra de forma espontânea, quando isso acontece, é preciso fazer um acompanhamento de pré-natal especial, pois a gestação é considerada de risco.
O estudo genético para descartar o risco de alterações cromossômicas no feto, que é a principal causa de abortamentos durante o primeiro trimestre de gravidez informa também as síndromes cromossômicas como Síndrome de Down, Edwards e Patau. Por isso, o obstetra normalmente recomenda para gestantes com mais de 40 estudos cromossômicos como a amniocentese, um exame invasivo que representa um pequeno risco de perda gestacional.
Uma alternativa não invasiva à Amniocentese e alta fiabilidade comparada com outros estudos é o teste pré-natal não invasivo (NIPT ou NACE), que pode ser realizado a partir da décima semana de gestação. O exame é realizado como um exame de sangue comum, por isso não oferece risco para a mãe e para o bebê.
Larissa Antunes, Assessora Científica Igenomix.