Depressão durante a gravidez

27 July, 2017
depressão durante a gravidez

A depressão é o transtorno emocional mais comum da sociedade atual. Segundo a OMS estima-se que de duas e quatro mulheres em cada dez sofrem com a depressão pré-parto, depressão durante a gestação ou depressão pós-parto. Nestas fases, a depressão pode se apresentar de forma suave, moderada ou severa, e sua causa é sempre o resultado de interações complexas entre fatores sociais, psicológicos e biológicos. Em todos os casos, identificar e controlar a depressão durante a gravidez é importante para melhorar a saúde da mulher e do bebê.

Depressão durante a gravidez é normal?

A depressão durante a gravidez é relativamente comum. Pode atingir aproximadamente entre 10 e 15% das gestantes. A depressão pode surgir devido a vários fatores: físicos, genéticos, psicológicos, pessoais e sociais. A maioria estão relacionados com as próprias mudanças biológicas, hormonais e emocionais que a mulher vive durante este período.

A depressão durante a gestação é uma patologia caracterizada por:

  • Aumento da tristeza durante a gravidez
  • Irritabilidade
  • Ansiedade
  • Alterações no apetite e sono
  • Dificuldades de concentração
  • Sentimento de culpa
  • Apatia generalizada
  • Cansaço constante e falta de energia

Em determinados casos, a depressão se confunde com mudanças de humor que as alterações hormonais podem provocar durante a gestação. Por isso, muitas mulheres não procuram ajuda acreditando que os sentimentos que estão vivendo são uma parte normal da gravidez. No entanto, a depressão é uma doença séria que deve ser tratada por um profissional. 

Causas da depressão durante a gravidez

  • Fatores hormonais. As alterações hormonais podem gerar mudanças no estado de ânimo associados à depressão e tristeza durante a gestação.
  • Fatores fisiológicos. As alterações fisiológicas que acontecem no corpo da mulher (do rápido aumento de peso aos sintomas típicos da gravidez, como enjoo), podem afetar o estado emocional desencadeando a depressão.
  • Antecedentes genéticos. Algumas pessoas são mais propensas à depressão durante a gravidez que outras por questões hereditárias. Se na sua família existem casos de depressão, seu risco é mais elevado.
  • Fatores psicológicos. Durante a gravidez muitas pessoas passam por situações estressantes ou se sentem angustiadas de preocupação sobre a saúde do bebê ou por medo do parto, sendo o estresse um fator que pode contribuir para um estado depressivo.
  • Fatores sociais e pessoais. Viver situações difíceis, como problemas financeiros, morte de um familiar ou perda de emprego também pode ser a origem de uma depressão. A falta de apoio familiar ou uma relação difícil com a família pode ser a causa direta de tristeza e depressão durante a gestação.

Minha depressão pode afetar meu bebê?

Apesar de as consequências da depressão durante a gestação não serem muito perigosas para o bebê, a depressão está associada a um risco mais elevado de parto prematuro, baixo peso ao nascer e desenvolvimento mais lento durante as primeiras semanas de vida. Em casos mais graves, também pode gerar hipertensão pulmonar, altos níveis de estresse e pequenas alterações de conduta e neurológica no recém-nascido, como por exemplo uma maior irritabilidade.

Mesmo diante de um baixo risco para o bebê, é importante procurar apoio médico especializado para combater a depressão. Provavelmente durante o pré-natal o seu próprio obstetra irá perguntar sobre seu estado emocional. Se você não estiver bem, aproveite a ocasião para falar dos seus sentimentos. Ele poderá ajudar a identificar até que ponto você está sentindo alterações no estado de ânimo normal de uma gestação ou se está passando por um processo que pode te levar à depressão.

Se você estava sendo medicada com antidepressivos antes da gravidez, é preciso avisar o médico responsável antes de suspender o tratamento para que seja analisada uma alternativa segura para você e para o bebê.

Os riscos de tomar antidepressivos durante a gravidez variam dependendo do tipo de medicamento, dosagem e duração do tratamento. Lembrando que estes medicamentos devem sempre ser tomados somente com indicação e supervisão médica.

Aprenda a evitar a depressão e tristeza durante a gravidez

 ·      Conte com a ajuda de um médico

Muitas mulheres se perguntam quando é o momento de pedir ajuda para evitar ou combater a depressão durante a gestação. A resposta é simples, você precisa conversar com o seu obstetra para que ele possa te ajudar a decidir.

·      Conte com as pessoas que você ama

Tanto a família quanto os amigos mais especiais podem te ajudar a desabafar e refletir sobre o que você está sentindo e, principalmente seu parceiro, o futuro pai. Uma relação fortalecida com seu entorno é importante para prevenir a depressão.

·      Tente encarar os problemas com calma

É mais fácil falar que fazer! Para contar com ferramentas práticas que ajudam a manter a calma, faça atividades relaxantes como yoga, pilates ou até mesmo uma massagem especial para gestante. Estas atividades com certeza podem te ajudar a enfrentar este momento com mais tranquilidade.

·      Mantenha hábitos saudáveis

Você precisa proteger a sua saúde e a do bebê, cuidar de você é sinônimo de cuidar dos dois. Uma dieta saudável e uma rotina com horas de sono suficientes para descansar bem vão ajudar você a ter mais energia.

·      Aproveite este momento único com otimismo

Cada gravidez é única, por isso aproveite o momento, participe de encontros com outras gestante, com amigos, curta os preparativos para a chegada do bebê, compartilhe suas experiências e sentimentos. Dessa forma será mais fácil viver com alegria esta fase que, principalmente quando é a primeira vez, é totalmente nova e diferente de tudo que você já viveu.

·      Faça um pré-natal completo

Muito do estresse que a gestante vive está relacionado com receios sobre a saúde do bebê. Por isso um pré-natal completo irá te ajudar a confirmar a cada ultrassom e exame que faça que tudo está bem e a gravidez evolui normalmente.

A partir da décima semana de gravidez, você pode descartar o risco de alterações cromossômicas no bebê com uma simples coleta de sangue para estudo genético, parecido a qualquer outro exame de sangue. O teste pré-natal não invasivo NACE, irá confirmar que seu bebê está livre da Síndrome de Down, da Síndrome de Edwards e da Síndrome de Patau, além de revelar o sexo do bebê muito antes do que a ultrassonografia é capaz de detectar.

Larissa Antunes, Assessora Científica Igenomix.

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