É possível engravidar após uma laqueadura das trompas?
A laqueadura é um procedimento de anticoncepção definitiva, já que interrompe o encontro dos espermatozoides com o óvulo ao bloquear as duas trompas da paciente. Os métodos mais comuns são pontos cirúrgicos, clipes e eletrocoagulação, e normalmente a operação é feita após um parto (natural ou cesárea).
Antes de realizar a cirurgia, seja pelo plano de saúde ou pelo SUS, a mulher precisa assinar um termo de consentimento e registrá-lo em cartório, 60 dias antes da operação. Além disso, é preciso que ela cumpra os seguintes requisitos:
- Possuir pelo menos dois filhos e ter mais de 18 anos, ou
- Ter mais 25 anos, mesmo sem filhos, ou
- Quando uma futura gravidez oferecer risco à vida da paciente.
Mesmo sendo um processo longo e que exige muita reflexão é possível que a mulher se arrependa e deseje se tornar mãe após a cirurgia. Nesses casos, é preciso avaliar as opções para reverter a operação.
Como é feita a reversão da laqueadura
Como a laqueadura não interrompe a ovulação, é possível revertê-la em alguns casos. Porém o médico precisa avaliar em cada caso:
- A faixa etária da paciente;
- O comprimento e o final das trompas da mulher estarem preservados;
- As trompas estarem saudáveis e sem dilatação após a cirurgia.
Durante a operação de reversão os canais são religados através de pequenos cortes para inserção dos instrumentos e de uma micro câmera. Além de retirar o tecido onde estava a cicatriz da cirurgia anterior, os médicos também testam se a tuba uterina ainda está aberta injetando uma solução com corante através do útero.
Passados 30 dias da operação é possível analisar se a cirurgia teve sucesso ou não. Normalmente as pacientes conseguem engravidar de 6 a 12 meses após a cirurgia. E, para aquelas que têm menos de 35 anos, as chances de a reversão dar certo é de 80%.
Optando pela fertilização in vitro
Para pacientes em que a reversão não foi possível ou não funcionou – e principalmente para mulheres com mais de 35 anos ou com algum fator de infertilidade – a alternativa é recorrer ao processo de fertilização in vitro (FIV).
Se as trompas estiverem saudáveis e completas, a paciente que deseja se tornar mãe também pode recorrer à reprodução assistida. Neste caso, o sêmen do futuro pai é depositado diretamente na cavidade uterina da mulher, gerando uma concepção natural.
Contudo, na maioria dos casos, é realizada uma FIV, por ser mais eficiente e segura. Assim, a formação do embrião é realizada inteiramente em um laboratório de reprodução e, posteriormente, transferido para o útero da mulher.
A outra vantagem trazida pela fertilização in vitro é a possibilidade de testar a saúde dos embriões concebidos no laboratório. Evita-se, assim, a implantação de um embrião com doença genética ou alteração cromossômica – aumentando as chances da FIV funcionar e da gravidez ser mais tranquila e saudável.