O que é triagem genética de recém-nascidos e teste do pezinho?
Cerca de 4,5%-6% dos recém-nascidos são afetados por um distúrbio genético e alguns deles se detectados precocemente poderiam evitar sequelas. Para algumas enfermidades mais frequentes existe a Triagem Neonatal que é realizada normalmente entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê, sendo o período neonatal considerado até os primeiros 28 dias de vida.
O Teste de Triagem Neonatal é popularmente conhecido no Brasil por “teste do pezinho” e faz parte do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) que tem em seu escopo seis doenças: Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Doença Falciforme e outras hemoglobinopatias, Fibrose Cística, Hiperplasia Adrenal Congênita e Deficiência de Biotinidase, mas sabemos que é um número que não cobre as doenças mais frequentes e que se identificadas de forma precoce permitem um melhor prognóstico de saúde para o bebê.
A recente notícia da aprovação da ampliação do “teste do pezinho” no Brasil é um marco para o acesso público à análise de uma quantidade maior de doenças (50), porém a implementação total dessa lei ainda levará um tempo para ser oferecida na prática. Com a nova lei, o exame passará a abranger 14 grupos de doenças. Essa ampliação ocorrerá de forma escalonada em 5 fases, sendo que os prazos estabelecidos pelo Ministério da Saúde para cada fase do processo é de 1 ano.
Uma triagem ampla de doenças permite:
- Diminuir a morbidade e a mortalidade de doenças que podem ser tratadas por meio da realização de uma intervenção precoce para melhorar os desfechos neonatais e de saúde a longo prazo.
- Fornecer um serviço de saúde universal de triagem aos recém-nascidos.
- Identificar recém-nascidos positivos para distúrbios genéticos graves
- Proporcionar orientação às famílias
- Realizar o encaminhamento para centros de tratamento
Meu bebê está bem e nasceu saudável. Mesmo assim preciso fazer a triagem?
Sim. Inclusive a triagem básica oferecida através do “teste do pezinho” do SUS é obrigatória. O recente reconhecimento de ampliação do número de doenças rastreadas prova sua relevância. No entanto, infelizmente o processo de incorporação da ampliação ainda não será colocado em prática na velocidade necessária para atender os nascimentos atuais.
Igenomix lança teste de triagem neonatal
O teste genético neonatal da Igenomix (IGX-NBS) é abrangente e inclui 104 genes usando tecnologia de Sequenciamento de Nova Geração (NGS) para permitir uma abordagem direta de distúrbios genéticos com um diagnóstico preciso.
- As condições analisadas estão ligadas a distúrbios genéticos de desenvolvimento e metabólicos que causam sérios problemas de saúde a partir da primeira infância.
- Com um resultado positivo, para alguma condição é possível uma intervenção precoce para prevenir deficiências intelectuais e físicas, bem como doenças que ameaçam a vida.
- Complementa o teste do pezinho convencional, que, em geral inclui entre 6 a 10 doenças, dependendo do Estado.
- Casais consanguíneos tem um risco aumentado de terem filhos com distúrbios genéticos, então o teste pode ser uma ferramenta para ajudar no diagnóstico do bebê.
Tipos de doenças incluídas no NBS-IGX
As doenças incluídas no teste Igenomix NBS podem ser classificadas por grupos. Na tabela estão exemplos de doenças incluídas em cada grupo e possível manejo do paciente, lembrando que o médico e equipe multidisciplinar devem conduzir o tratamento de acordo com respectivas diretrizes.
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*Perda auditiva feita com emissões otoacousticas além de causas genéticas de surdez para excluir causas adquiridas
**Defeitos cardíacos congênitos feitos com ecocardiografia, oximetria de pulso e ECG
Passos para a realização
Importante ressaltar que a análise genética não substitui o “teste do pezinho”, mas sim complementa sua realização para uma triagem neonatal mais completa e eficaz.
Gostou e tem interesse em saber mais sobre o teste? Entre em contato conosco para receber mais informações.
Susana Joya, Assessora Científica Igenomix
Referências
- Parecer do Comitê ACOG nº 778 Resumo: Triagem de Recém-Nascidos e o Papel do Obstetra-Ginecologista. (2019). Obstetrícia e Ginecologia, 133(5), 1073-1074. doi: 10.1097/aog.0000000000003246
- https://www.hrsa.gov/advisory-committees/heritable-disorders/rusp/index.html#:~:text=The%20RUSP%20is%20a%20alist,newborn%20screening%20(NBS)%20programs
- van Campen, Sollars, Thomas, Bartlett, Milano, & Parker et al. (2019). Sequenciamento da próxima geração em triagem de recém-nascidos no Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido. Revista Internacional de Triagem Neonatal, 5(4), 40. doi: 10.3390/ijns504004040
- Adhikari, A. N., Gallagher, R.C., Wang, Y., Currier, R. J., Amatuni, G., Bassaganyas, L., Chen, F., Kundu, K., K., K., Mooney, S. D., Nussbaum, R. L., Randi, S.S., Sanford, J., Shieh, J. T., Srinivasan, R., Sunderam, U., Tang, H., Vaka, D., Zou, Y., Koenig, Bnig. Brenner, S. E. (2020). O papel do sequenciamento exome na triagem de recém-nascidos para erros inatos do metabolismo. Medicina da natureza, 26(9), 1392-1397. https://doi.org/10.1038/s41591-020-0966-5